
ÁLBUM DE FAMÍLIA. Joy Division - "Unknown Pleasures" (1979).
Formados no ano punk de 77, depois da mítica passagem dos Sex Pistols por Manchester (concerto também influente nas mentes dos então jovens Buzzcocks ou The Fall), os ex-Stiff Kittens e ex-Warsaw chegavam ao primeiro LP já com dois anos de estrada pelo Norte de Inglaterra, várias sessões de estúdio arruinadas por um mau produtor (cujas gravações anos mais tarde se transformariam em bootlegs de sucesso) e acima de tudo um clube de fãs considerável que incluía John Peel da BBC (para quem gravaram duas sessões em 79) e o entusiástico Tony Wilson, fundador da Factory, através da qual editavam este primeiro trabalho. Imortalizado pelo design gráfico de Peter Saville na capa e com a inovadora produção do mestre Martin Hannett, "Unknown Pleasures" é uma das raízes maiores das últimas duas décadas de música e, se a cada álbum de estreia editado neste novo século encontramos muitos licenciados do Instituto Superior Ian Curtis, esse é apenas um dos testemunhos da sua marcante visão do futuro. Com Tiago Castro. Quarta 14.00 / Domingo 12.00
1. "Disorder"
2. "Day Of The Lords"
3. "Candidate"
4. "Insight"
5. "New Dawn Fades"
6. "She's Lost Control"
7. "Shadowplay"
8. "Wilderness"
9. "Interzone"
10. "I Remember Nothing"
27 comentários:
Palavras para quê? Simplesmente fantástico, envolvente e guloso. Provoca um vicío incontrolável que por pouco não nos leva a seguir os passos de Ian Curtis. PS: Vejam o "24h Four Hour Party People", um hino à cena de Madchester, brutal.
we´ve lost control . . .
yuppiiiiii...estou na Joy Division!!! (salvo seja)
ian curtis teve uma vida estupidamente normal, apesar das tentativas de polimento que tenho visto por aqui (não sendo ic caso único); era casado, corno, adorava alcool e haxe às pazadas e tinha um talento musical acima da média, de resto nada de novo; mas digam lá, com franqueza mesmo: mas quem é que tem ainda pachorra de ouvir joy div !? os meus velhos lp's estão mortos e enterrados no sotão da casa dos meus pais...e lá ficarão !
interzone.... disorder....
Simplesmente fantástico.
Muito bem escolhido, um album muito bom, verdadeiramente original, que marcou muito do que se fez nos anos 80, 90 e também nesta década em que nos encontramos. Não esqueçam o "Closer", para mim o melhor dos Joy Division. Já agora duas coisas: 1- O album dos Rolling Stones que escolheram para a 1ª série, o Sticky Fingers, para mim foi uma escolha infeliz, acho que foi mais pela capa do Andy W., deixo três albuns bem melhores e fundamentais: "Their Satanic Majesties' Request", "Beggar's Banquet" e "Aftermath". 2- Oh meu amigo rantanplan, se quiser vender os seus velhos lp's está à vontade para me contactar !!!
Pessoalmente, também acho que os Joy Division têm melhor album, mas esta opinião tem a mesma subjectividade que qualquer outra.
Quanto à vida do Curtis, também acho piada a esta tendência para romantizar a vida de todo e qualquer indivíduo que mostra algum talento artístico, como se este tivesse sempre se estar associado, invariavelmente, a uma existência atormentada e até a uma certa sociopatia. Como se uma coisa tivesse algo a ver com a outra. Mas continuo a ouvir Joy Division... de longe em longe.
Joy Division finalmente. Mas ainda faltam mais... Agora alguns comentários: será que quem faz comentários aqui não percebe a função deste programa? Ninguém é obrigado a gostar de tudo o que é apresentado, e alguns comentários lembram mais as penas de quem tem pena de não ser censor. Não há grupos nem músicos enterrados, há sim, na história da música (popular ou erudita) marcos importantes que levam a novos caminhos musicais. Pessoalmente há alguns álbuns pelos quais não tenho particular simpatia, mas confesso que a sua apresentação não me causa urticária nem outras reacções alérgicas, pelo contrário levam-me a ter uma disposição para ouvir com mais cuidado algo que, por vezes, só por puro preconceito rejeitei em algum momento.
Já agora, se houver mais alguém que tenha LP's dos Joy Division para "despachar" num qualquer sótão vazio, também me podem pôr na lista de contactos...
Um abraço a todos
Mário Gonçalves
Ainda que não concorde totalmente com a opinião do Rantanplan, parece-me, a mim, que ele tem todo o direito a exprimi-la. Aliás, pensava que era exactamente esse um dos propósitos de um blog com comentários abertos a todos: albergar as opiniões concordantes e as discordantes.
Aliás, acusá-lo de aspirações a censor e, simultaneamente, tentar censurá-lo a ele é um bocadinho contraditório.
Um bom dia para todos (e para mim também).
Só é importante ouvir Joy Division e outras bandas dessa e de outras épocas para quem realmente gosta de música e se interessa por ter um mínimo de referências que permitam distinguir o que é bom ou mal, do que é novo, do que é uma cópia descarada. Se eu não conhecesse e gostasse dos Joy Division até poderia dizer que os She Wants Revenge são bons, mas esse é apenas o exemplo mais flagrante.
Em relação à vida pessoal do Ian Curtis… Esse é um caminho complicado. Não só no caso dele, como em qualquer outro. É só escolher. Quer na música, quer em outras áreas. Mas acho mesmo que isso só poderá ser relevante em casos extremos de hipocrisia, o que não é o caso do Ian Curtis.
m.
Caro Prometeu,
Concordo consigo, mas engana-se ao afirmar que ao censurar (entenda-se censura como, vidé dicionário, substantivo feminino que entre outras coisas significa crítica) um comentário estou a ir contra o espírito dos blogs. É óbvio que tenho um juízo de valor (musical) por detrás da minha afirmação, mas não o temos todos nós? Afinal, há ou não liberdade de expressão? Não nego, nem nunca negarei, a liberdade que assiste a Rantanplan em exprimir-se assim como não admito que neguem a minha. Aliás, nunca será por causa do que se escreve aqui que alguém vai deixar de exprimir livremente a sua opinião (e ainda bem que assim é).
Uma nota final: confesso que no meu comentário não pretendía ser entendido desta forma, mas isso é sempre um risco para quem se expõe. Lamento que uma parte da mensagem, que no fundo tenta lançar uma ideia de abertura de espírito que deve existir na audição deste programa (independentemente de gostarmos ou não do que passa, e de o podermos ou querermos exprimir), corra o risco de ficar obscurecida pela resposta de Prometeu. Faço isto, não para o Rantanplan, que já emitiu a sua opinião (goste-se ou não dela), mas para muitos que, anonimamente e silenciosamente passam os olhos por estas linhas que todos nós já escrevemos.
Mário Gonçalves
Os juízos de valor, musicais ou outros, estão por trás de todas as nossas opiniões, o que é realmente importante é não perder de vista que, por muito bem fundamentadas que possam ser, são apenas isso: opiniões subjectivas, sem valor absoluto. E é por isso que me parece despropositado dizer que tem alma de censor quem não tem opinião semelhante à nossa (e à minha, por acaso). Apenas isso.
E agora, aproveitemos o programa, e um bom Closer... aliás, Unknown Pleasures para todos.
Joy Division, rock'n'roll!!!!
23 anos... epiléptico, divorciado, obsessivo e comprovadamente perfeccionista.
Não sei o que é essa história de romancear seja o que for, mas... normal??? Só se for no sentido do Mário de Sá-Carneiro, "numa terra de loucos o normal é que é louco". Normal... cacete!
gosto muito,
stay alternate. peace.
e muitas bolinhas =)
Correndo o risco de me confundirem com este meu homónimo rantanplan (semi anónimo) que opina aqui neste post, venho declarar publicamente que este rantanplan não sou eu. Já agora, eu sou o owner do blog escritaxis.com e identifico-me sempre que assino os meus comments. Um ultimo apontamento: Gosto mais de New Order mas nunca seria capaz de depreciar Joy Division e o grande Ian Curtis.
Prefiro antes este disco do que o "Closer", ao contrario da maioria dos fãs. Tem um som mais "sujo" e roufenho! Dou por mim sempre a cantarolar a "Insight" quando chove dentro de mim... (aquele "I´m not afraid anymore.....but i remember when we were young"...) Colapso.
Acho que aqui o que é importante é fazer a consagração de uma das grandes bandas de sempre, e de um melhores poetas/letristas que tive oportunidade de ler e ouvir.
Sem estes Srs. de Manchester o que se passou a seguir jamais seria o mesmo. Dizer que este ou aquele albúm é melhor ou pior, ou se ele é um héroi ou não (acho que só quem não um dom artistíco, é capaz de dizer que um artista vive na normalidade), acho que são pormenores, importante é dizermos "OBRIGADO IAN", porque ainda me proporcionas momentos de grande reflexão ao ouvir a densidade da tua voz e das tuas letras.
Sou mais um na fila pela aquisição dos Lp's do sotão...
"She lost control again"...Unknown Pleasures
Que grande álbum de família....
Nada a fazer. Que vivam e prosperem então os clichés.
E fica a única coisa que realmente importa, um album muito acima da média.
É um cliche explicar porque é que uma banda tem tão curto espaço de vida (apenas 2 albuns)e ao mesmo tempo tem tanto sucesso? Será possível falar de uma banda sem falar dos seus componentes? Não será essa também a função deste programa?
Acho que a discussão do Prometeu e do Rataplan tem mais a ver com uma questão de gosto pessoal, de que com uma questão de verificar a importância que certas bandas e albuns tiveram na história do Rock.
E quer gostem ou não, estes seja o Ian Curtins um héroi ou não, têm um o seu lugar bem reservado e cativo.
Não que isto tenha qualquer importância, mas só para esclarecer de vez:
1. Pessoalmente, gosto bastante dos Joy Division e considero-os uma banda muito importante não só pelo que fez, mas também pelo que possibilitou a outros fazer.
2. Quando falo em cliché, falo na ideia que muitas vezes se tem de que um artista tem, forçosamente, de ser uma personalidade extravagante e alternativa. É claro que muitos artistas correspondem a este estereotipo, mas o que não falta são talentos (sejam musicais, plásticos, cinematográficos ou outros) que são personalidades normalíssimas, vivendo sob os cânones mais padronizados da sociedade e do tempo em que nascem. E escrevi em termos gerais, nem sequer escrevi que este fosse o caso do Ian Curtis. Não sei o suficiente sobre ele para o afirmar, e tratou-se apenas de uma constatação generalista (e verdadeira, dê lá a volta que der).
Continuemos a apreciar boa música e deixemo-nos de pormenores irrelevantes (isto é também para mim próprio).
Ora viva...cá estou eu, o tal o "semi-anónimo"; acho que foi bom lançar um pouco de querose no sitio certo...lamentavelmente vejo muita estreiteza de vistas e pouca clarividência...sinal dos tempos; salve-se prometeu, o agrilhoado !
Oh Rantanplan (genuino)...que caca é essa de gostar de "Filhos da Costa do Sol" e tretas do género...? Claro que não és o "marginal" rantanplan...está explicito no teu gosto pessoal...
o teu Rantanplan
:-D
Mário Gonçalves
Boas,
finalmente! Obrigado
Abraços
C. Eugénio
Camarada, já ando nisto há um bocado e já passei pela fase do "responde às provocações do anónimo", etc. Já não tenho paciência e sobretudo não vou entupir este blog com lixo. Arranja um blog e escreve qualquer coisa de jeito. Partilha algo de positivo. Vais ver que vais gostar. É um bom exercício.
Caro Rantanplan (blogger),
Conte com o meu apoio. O exercício da liberdade de opinião requer duas premissas fundamentais sem as quais não pode existir, em momento algum, liberdade efectiva: responsabilidade pelo que se afirma e respeito pelos outros. A situação que se desenvolveu veio, infelizmente (e devo dizer que sem prazer pessoal algum), dar razão à minha primeira afirmação, daí ter colocado um sorriso (irónico) neste post. Ah! e já agora, chamaría sempre a atenção, independentemente de a opinião ser concordante ou discordante da minha, mas não me incomodam os juízos de valor que possam fazer a meu respeito as pessoas que efectivamente não me conhecem.
Entretanto passou um excelente disco, e já começamos a ser muitos a puxar pelo Closer, pelo que se calhar os Joy Division mereceríam um 'repeat'. Mas mais importante será este programa continuar a dar a conhecer a identidade multifacetada da música e as razões da sua origem. E com isto dou por terminada a minha intervenção neste post!
Um bom dia a todos (sem excepção)
Mário Gonçalves
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