Nine Inch Nails - "Happiness In Slavery" (Woodstock 94)
1 comentário:
Anónimo
disse...
Não me tomem por sádica, mas reconheço que é apelativo ver alguém no auge da auto-destruição. Senão belo, pelo menos é irresistível. É sedutor o perpétuo namoro entre o amor e o ódio, a morte e a vida, a acção e a resignação. Se antes lamentei não ter visto os Nine Inch Nails na fase da “decadência”, talvez por almejar uma maior entrega, agora dou graças por ter assistido a um Trent reconciliado e maduro, apesar de ainda assombrado por fantasmas demasiado preguiçosos para o abandonarem. Aquilo em que participei na Segunda-Feira, não foi um mero espectáculo. Representou um espaço de comunhão entre massas submersas pela auto-comiseração, de identidade construída sob o caos, e manchas humanas resilientes. Massas e manchas, aparentemente distantes no tempo e vivências, mas não alheias à hipnose. Soube bem olhar para as palavras a soltarem-se e ganharem vida própria como se não fossem exclusividade do seu autor, foi desarmante ouvir músicas de angústia e revolta e sentir-me imediatamente a serenar, foi consolador pensar que por mais réplicas que um sismo pudesse ter, não haveria lugar para pânico. E porque ninguém preserva o culto da negritude tendo alternativa, gostei especialmente do diálogo estabelecido entre as luzes (caminho/ libertação/ redenção) e o Trent (recusa/ subjugação/ provocação). Autêntico, cru, não muito sujo, revelador, bem bom.
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Não me tomem por sádica, mas reconheço que é apelativo ver alguém no auge da auto-destruição. Senão belo, pelo menos é irresistível. É sedutor o perpétuo namoro entre o amor e o ódio, a morte e a vida, a acção e a resignação. Se antes lamentei não ter visto os Nine Inch Nails na fase da “decadência”, talvez por almejar uma maior entrega, agora dou graças por ter assistido a um Trent reconciliado e maduro, apesar de ainda assombrado por fantasmas demasiado preguiçosos para o abandonarem. Aquilo em que participei na Segunda-Feira, não foi um mero espectáculo. Representou um espaço de comunhão entre massas submersas pela auto-comiseração, de identidade construída sob o caos, e manchas humanas resilientes. Massas e manchas, aparentemente distantes no tempo e vivências, mas não alheias à hipnose. Soube bem olhar para as palavras a soltarem-se e ganharem vida própria como se não fossem exclusividade do seu autor, foi desarmante ouvir músicas de angústia e revolta e sentir-me imediatamente a serenar, foi consolador pensar que por mais réplicas que um sismo pudesse ter, não haveria lugar para pânico. E porque ninguém preserva o culto da negritude tendo alternativa, gostei especialmente do diálogo estabelecido entre as luzes (caminho/ libertação/ redenção) e o Trent (recusa/ subjugação/ provocação).
Autêntico, cru, não muito sujo, revelador, bem bom.
AnónimA 00h37 e 1h01
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