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10/04/07












FALA COM ELA. Inês Meneses conversa com Teresa Salgueiro, voz dos Madredeus, sobre os 20 anos da banda e o disco a solo "Você E Eu", recentemente editado. Sábado 12.00 / Domingo 19.00

48 comentários:

muguele disse...

Sobre o Zé Pedro e a luta a favor da música portuguesa, parece que Inês Meneses tem ouvido selectivo. Só ouviu a parte das editoras e dos críticos e não ouviu a parte das rádios.
Também não ouvi o ZP dizer que se devia passar tudo só por ser português mas ouvi-o dizer que havia música boa e má e outra que nem valia a pena.

Se os "agentes culturais" não se identificam com a cultura do país, ao menos que cumpram as leis, coisa que a Radar (entre muitas outras) não faz.

É verdade que os músicos portugueses não deviam precisar de ser defendidos. Afinal movem-se num mercado livre. Mas isso era verdade se lutassem com as mesmas armas dos outros.

A "audição selectiva" será um problema cultural?

Anónimo disse...

Muguele, é a audição selectiva que te faz ouvir a radar...
será um problema cultural??

muguele disse...

Neste momento é mais a "falta de alternativa" que me faz ouvir a Radar.

Sim, parece-me um problema cultural.

Anónimo disse...

tens razão... Portugal tem tanta tradição de cultura alternativa que de facto é a falta dela que te faz ouvir a Radar... A ti e a mim.

muguele disse...

Na verdade, só ouço rádio no carro ou no trabalho.
Quando chego a casa ouço o que lá tenho ou procuro coisas na net. Não há paciencia para ouvir a mesma música todo o dia.

- A Radar é a melhor que temos?

- É! Mas podia ser melhor.

- Como é que se melhora?

- Conversando e confrontando opiniões!

Anónimo disse...

pessoalmente não me identifico com 90% da música portuguesa que conheço... e ouço as 5ªas dos portugueses na A3 e se é aquilo que temos, então a missão é bem mais complicada. há muito pouca qualidade. os exemplos dados pelo zé pedro esta semana também não são os melhores... blasted (??), mundo cão (atroz!!!).

claro que é uma questão de gosto.
mas eu acho que é mesmo uma questão de mau gosto.
os portugueses têm mau gosto e só daqui a umas décadas é que isso vai mudar.

oiça-se o novo álbum dos delfins. o miguel ãngelo vai aos concertos todos (divine comedy, tindersticks, einsturzende neubauten)e até compra imensos discos... mas depois ao fazer música sai aquilo!
a culpa é das rádios?

p.s.: estou um pouco farta de ver os portugueses serem tratados como os coitadinhos que "não têm as mesmas armas que os outros" quando hoje em dia com o myspace, o youtube e todas as possibilidades informáticas isso não passa de balelas. mexam-se, mas é! e façam discos de jeito que eu não gosto nem de blasted nem de mundo cão!

muguele disse...

A Quinta dos tugas não é um bom exemplo. Os tipos só passam os "amigos".

Quantas vezes é que foste à procura de música portuguesa no myspace? E não encontras nada de interessante? Procuraste bem?

A verdade é que, se tudo o que vem de fora nos chega pela rádio já pronto a consumir e o que é de cá depende da nossa vontade de fazer pesquisas para encontrar o que é bom entre a grande maioria que não tem qualidade (é um facto mas não é só cá), as armas não são, de facto, iguais.

Não sou apologsta dos "coitadinhos". Apenas da igualdade de oportunidades.

Anónimo disse...

por acaso, até descobri esta semana através da rádio (radar, neste caso) uma editora muito gira que é a flor caveira na agência lusa... e fui ao myspace a convite do locutor (que me escapa o nome agora, ups)!
fica bem.

muguele disse...

Partisan Seed.

Ora aí está um exemplo. Com uma produção cuidada onde é que isto podia chegar?

É só procurar, Eles andam aí.

Grande Zé Pedro! Não desistas, que eu também não.

muguele disse...

E Linda Martini!

Viva!
Afinal basta pôr o dedo na ferida!

Anónimo disse...

falta saber quantos dedos consegues tu pôr na ferida...
eu bandas portuguesas que ouça em casa? as duas mãos chegam e sobram...
Quantos discos de bandas portuguesas compras tu, Muguele?
Deixemo-nos de hipocrisias!Não posso defender aquilo em que não me revejo. Por acaso sei muitíssmo bem que são os músicos portugueses, os primeiros a não ouvir música dos portugueses...
Será que isto quer dizer alguma coisa?

Nuno

muguele disse...

Por acaso, dos últimos que comprei, a maior parte é portuguesa:

Trape-Zape, Miosótis, Banda do Casaco, José Peixoto e Maria João, Mário Laginha, Banda do Casaco, Blasted, Gaiteiros...

E não compro mais porque sou um teso!

Anónimo disse...

como eu dizia, as duas mãos chegam e sobram...
Não escrevo isto para que não se ouça a música dos portugueses, mas sinceramente mais vale ouvir rara e boa, do que muita e má.

Abçs
Nuno

muguele disse...

Sim, como não há muita à mostra nas lojas e em audição nas rádios, não existe. Ora aí está a prova que não se luta com as mesmas armas.

Anónimo disse...

há muito boa musica portuguesa e para diferentes gostos... e não tenham duvidas, os blasted, por exemplo, se fossem ingleses toda a gente os ouvia e diziam ser os melhores do mundo... eles têm muita qualidade, só que há sempre aqueles preconceitos de "como é português, não são nada de especial"...
quanta musica passa na radar (e continua a ser a melhor rádio portuguesa) que não é nada de especial??? quando há tanta musica bem melhor no nosso país, como mão morta, clã, sergio godinho, jorge palma, balla, só para dar alguns exemplos... e são bem melhores do que algumas bandas que passam aqui na radar...

Anónimo disse...

concordo tanto com o último comentário!

Anónimo disse...

A Naifa, por exemplo, não tem qualidade para passar na Radar??! não é "alternativo" o suficiente? será por causa da guitarra portuguesa?

Anónimo disse...

cada um puxa pela sua boina...

Anónimo disse...

se a naifa ou os blasted fossem ingleses falava-se neles ainda menos... SÒ SE FALA NELES PORQUE SÂO PORTUGUESES E NÂO PELA QUALIDADE DA SUA MÙSICA.

Anónimo disse...

Relativamente a outro assunto: downloads ilegais. se não existissem não ouviria nem 1/100 da música que oiço hoje. como podem querer vender a algum jovem adulto, nos dias de hoje, um cd por 15 euros? com o dinheiro de 2 cd's, instala-se a netcabo/clix/sapo/seja lá o q for, e downloadizam-se centenas de albuns.

é ilegal?? pois é!, e depois??! se calhar compram-se aqueles albuns de que mais se gostam, dentro das dezenas dos sacados. se calhar gasta-se mais dinheiro em concertos. se calhar compra-se mais merchandising de mais bandas. se calhar é a melhor forma de novas bandas chegarem a mais ouvidos. se calhar...

saudações politicamente incorrectas

Anónimo disse...

viva os downloads ilegais...

as bandas ganham dinheiro é com os concertos e os cd's são para encher os bolsos ás distribuidoras...

sabiam que há uma taxa de uns poucos por cento que vai para os "artistas" cada vez que se compra um cd virgem?
chupistas...
e de certeza que esse dinheiro chega a tudo menos aos artistas...

strange quark disse...

Ora aqui está uma discussão interessante...

Pessoalmente, sou contra a música por decreto conforme a lei da rádio parece querer impor, mas que, na prática, ninguém (ou quase ninguém) cumpre (nisto, somos deveras portugueses...). No que diz respeito à música portuguesa, a minha opinião é que a que passa é pouca e podia ser mais, e isto sem ceder a critérios de qualidade artística por mais subjectivos que sejam. Também me parece que o que de bom se produz por cá fica aquém para cumprir, à risca, a lei da rádio. E quanto aos chavões sobre a nossa falta de gosto, apenas proponho o seguinte exercício: imagine-se todos os reality shows para o grande público que passam nas nossas televisões e investigue-se a origem dessas brilhantes ideias.

Finalmente, creio que quando se refere o que se faz de bom ou mau, em termos gerais não estaremos, provavelmente, em circunstâncias muito diferentes dos outros. Claro que existem problemas intrínsecos na música portuguesa que até já foram apontados por quem percebe disto mais do que eu (aliás, eu sou um modesto ouvinte). Podem ser os meios de produção ou a ausência de cultura musical dos executantes (que também há). Preferia que existissem outras alternativas à Radar, mas isto é o que temos... e o problema das armas desiguais acaba por ser também consequência da dimensão do nosso próprio mercado: somos pequenos (não estou a ser irónico!) e a internacionalização terá de ser com argumentos que criem uma mais-valia para além do que é normal para qualquer banda anglo-saxónica, até porque o pessoal está farto de "mais do mesmo", apesar do nível de tolerância para as bandas estrangeiras ser maior.

Está na hora de aprendermos a ser um pouco mais atentos ao que se faz por cá...

Bons sons a todos.

Anónimo disse...

Caro Strange Quark
é por estarmos tão atentos ao que se faz cá que também sabemos o que queremos e o que não queremos.
Blasted Mechanism? Mundo Cão? Paulo Praça?
Não obrigado. Mas qualquer bom projecto me há-de convencer.

Abçs
Nuno

Anónimo disse...

os blasted mechanism são a banda mais original de sempre cá em Portugal
e tão bem ao nível de tantas outras bandas que se ouvem aqui na radar, se não estiverem acima...

Anónimo disse...

claro que a qualidade das bandas é muito subjectiva como já foi neste blog discutido por várias vezes...
mas por exemplo o que está a passar agora, the rakes, na minha opinião não são nada de especial, mas passam na radar, e temos mão morta com musicas muito boas e que nunca ouvi passarem uma musica sequer deles nesta estação de rádio

Pmp disse...

BTarde (sim tou d volta, lamento),

N sera nunca, q em lugar algum as medidas palacianas vao ter qq resultado pratico. Sou a favor d q é bom, e sim, s puder puxo pelos poucos q tb falam portugues (pelo - o meu, o d Portugal). E?
Bom ie, no sentido d intencional/ feito e pensado. O + objectiva/ possivel e claro. À parte d gosto e sensibilidade pessoal.

Quotas p musica portuguesa e em meu entender um pouco ridiculo, ja o disse. Mas tb e 1 forma d puxar p nos. N deveria, eu acho, era ser preciso. N era? Tal como ta implicito nos 2 comentarios antes.

Revejo-m, ja o disse aqui outras x, 100% n1 comentario anonimo q tb foi concordado c Curse of Millhaven. N temos coisas boas? Como e possivel? Nos anos 80 os Herois foram, reza o filme q vi qdo fui ai agora na Pascoa e ninguem desmente, n1 carrinha c a tralha toda abrir Roxy Music. Dizem eles q nem sabiam bem ao q iam. N prestavam? Roxy Music tavam desesperados p arranjar alguem? Foram capa, CAPA, n1 conceituada revista francesa, e noticia noutras. Dizer q n presta e bastante redutor, eu acho. E obvio q Blasted, MMorta, SGodinho, JPalma, e outros, em inglês, s n fossem melhores, pelo - passariam na radio. AVariações, apenas outro exemplo. Assim, n passam. Mm os HM n passam. Madredeus. Alguem acha q n tem valor? Tem. Mas tem, fora. Como RLeao, pe. Ai em Portugal, puf. Tem, p reflexo. Qdo tem ... Mm Madredeus e sempre 1 escolha envergonhada pelos -va alguns- radialistas. Ena pa 2000, Mler If Dada, Peste e Sida, etc etc. 2 maos e sobra, disse alguem p aqui. A isso eu respondo, entao e mm essas tais 2 maos meio cheias meio vazias, c q n concordo, mm assim n passam pq???
Ha complexo em assumir o q somos sim. Alguem diz isso mm p aqui tb. Sim, pq n Tantra, os Faiscas, JCid, e outros q representam o q somos? Pq n? É assim, escondendo, q deixamos d o ser é? N m parece. Qse parece a questão d Salazar. É falar, assumir e andar p a fte. Esconder é q n. Pq n deixa d existir.

Outra questao, as editoras. Tivesse Blasted, MM, Pop Del'arte na EMI, pe, e eu aposto q a musica seria outra. So q as bandas tb n querem. Como Xutos tb teve impulso qdo passaram p a Poligram. O PAbrunhoso q tem 1 1º album penso q bom, e dps enfim, n deixou d ter promoção. Pq será? Talvez pq o contrato inicial previa x albuns em y tempo e é p cumprir/rentabilizar. E a promo, mm tirada a ferros, apareceu. Os Blasted n cedem mao d suas ideias, parece-m, n passam. Provavelmente n querem ser os Xutos&Poligram, como sucedeu aos Xutos e Pontapes q ate mudarem têm albuns magnificos. Os tal combat-rock q o ZP fala. Dps, enfim, sao 1s p outras. É assim 1 +/- pq enfim senao nem isso teriam feito.
Mas as editoras n sao radios. Ou sao? Calma, agora baralhei-m ...

Em resumo, n lutam c as mm armas, ate pq n1 jogo Portugalxresto d mundo, estaremos sempre c mtissima desvantagem. E ridiculo comprar. Mas em casa, deveriamos equilibrar isto 1 pouco. N? E isto tb s aplica 1 pouco a RadaR. 1 pouco, mas aplica. Alguem questiona, em x d, sei la, Incubus pe, q n passa d1 treta d MERDA, vou por MMorta q n s compara. Ou mm q seja igual, q n o é, sempre é portugues. D x em qdo.

Sem protecionismos medievais, claro.
Nem pode haver nunca coitadinhos, como diz Lolita. E eu queria agora defender os Delfins. Mas n consigo. E gosto, tenho mm 2 ou 3 discos, n sei ao certo. Mas respondo assim. Ja os vi ao vivo e sao portugueses no sentido q, epa, eu tb sou. Sabes? Tou farto d ingleses e mais o diabo q os carregue a todos. P os ouvir têm mm d ser bons. +/- n pode chegar. E sera (tb) q na minha terra somos todos anormais??? N somos pois n?
Eles tocam bem, e gostam daquilo. Comunicam c o ppl e sentem o q dizem, q ate n e mau. Qse q apostava, e ganhava, q tu tens semelhante, e pior, em casa em ingles. N?

Cumptos a todos

Pmp

Pmp disse...

Ze Pirata,

Tamos juntos. Nem +. Alias, é 1 falsa questão. Contrafacção sempre houve. Edições piratas, k7s, ene cenas. Haja tempo e imaginação -€ r€cursos limitados- e tá feita. Mas quem gosta, compra. Quer ter o original. Sou 1 nabiça nesta porcaria d tecnologias mas afianço q mm s fosse expert, n tinha nem menos 1 disco. Pelo contrario ate, como diz o ZPirata. Teria sim ouvidos mais e c isso, comprado +. N mtos q o arame n abunda e ha outras prioridades alem deste luxo c iva a 21%. Como pe motas c Iva a 30%-35%. Luxos. La m vou safando nos livros a 5%. P enqto ...

+ a questao pertinente d Royalties nos discos versus cachet nos concertos.

É isso mm.

Pmp

Ps- E ta a passar Taxi c/ chiclete. Pois claro, vamos a isto. A ver s passamos do Fio d Navalha d mediania p o outro lado. Senao, seja em barcos gregos seja no q for, 1 dia o ppl pira-s dai e vai mm p longe.

Anónimo disse...

Cerco, LP de 1985 de Xutos & Pontapés a álbum de família já!!!

muguele disse...

Hoje foi a primeira vez que ouvi quatro canções portuguesas seguidas na Radar, fora de alguma das rubricas habituais aqui na rádio. Esta conversa, gerada pelas palavras do Zé Pedro não é, de certeza, alheia a isso.

é possivel que não haja música portuguesa, de momento, na área em que se move a Radar que permita o cumrimento da lei (não sei, não conheço tudo o que se faz nem percebi ainda muito bem em que área se move a Radar). O Problema é que a questão de fundo nem sequer é o cumprimento da lei. Há aqui vários factores que interessa referir:

- Existe, de facto, um preconceito de fundo contra o que é português e já o lemos em comentários a este post.

- Exige-se muito mais aos músicos portugueses, em termos de qualidade, do que aos estrangeiros. Se aparecesse aí uma portuguesa a cantar tão mal como a Nico, que não fizesse música própria nem tivesse qualidade nenhuma a não ser um opinion-maker por trás e um músico conhecido a fazer-lhe as músicas, o que é que acontecia (Eh pá! Acabei de contar a história da Manuela Moura Guedes em que o Miguel Esteves Cardoso fez de Andy Warhol e o Ricardo Camacho fez de Lou Reed)? Pois é, artisticamente, nada!

- A alegada má qualidade que normalmente se atribui à música portuguesa, muitas vezes está, não na música em si mas nas gravações e é culpa dos produtores (quando eles existem).

- A música estrangeira quando chega às rádio portuguesas já vem com a triagem feita (basta ir ao site do NME e comparar com o que passa aqui na Radar,por exemplo), enquanto em Portugal esse trabalho teria de ser feito pelas rádios, já que não existe imprensa musical em condições para o fazer e as editoras nem se dão ao trabalho de divulgar o que publicam.

- É verdade que também há muito músico em Portugal que acha que ser "alternativo" é não se promover e que depois se queixa de falta de oportunidades. Sim, também há responsabilidades dos próprios músicos.

- Porque é que há tanta gente em Portugal a cantar em Inglês? Porque nem todos podem ser poetas e as letras em inglês permitem um menor grau de exigência dos críticos nacionais, sempre prontos a cascar no que puderem.

- A que é que leva o ponto anterior? Letras ainda piores em Inglês do que seriam em português por falta de vocabulário nessa língua, já para não falar nas pronúcias e dicções ridiculas que a falta do domínio da lingua estrangeira acaba por gerar.

- Há uma certa franja de músicos já estabelecidos no mercado que, muitas vezes, protesta contra o que se passa na música em Portugal mas que depois não faz tudo o que pode para apoiar quem está a começar e promete qualidade. Que tal propor bandas para abertura de concerto (com condições dignas) como parte integrante dos contratos, ainda que em troca de um pequeno abatimento no preço por espectáculo?

Estes são alguns dos factos que me saltam à ideia. alguém tem mais (sem ser dizer mal dos Delfins)?

Anónimo disse...

devia haver mais bandas portuguesas nos palcos principais dos festivais... lembro-me de ver clã no palco da quinta dos portugueses no SBSR em 2004, num concertozinho de meia-hora... isso é tar a gozar com o pessoal...

Anónimo disse...

JP Simões, Teresa Salgueiro, Linda Martini, X-Wife, Paulo Furtado e outros mais.
Não falta qualidade, é apenas necessário saber escolher.

strange quark disse...

Não confudir o estar atento com o gosto pessoal de cada um. Ainda bem que cada um de nós tem gostos diferentes. Conheço uma parte da obra inicial dos Blasted Mechanism e até os vi ao vivo e gosto. Já aqui foram referidos alguns nomes e certamente muitos outros poderiam ser invocados:

The Legendary Tiger Man
Wraygunn
La La La Ressonance
Old Jerusalem
Olga
Bernardo Sassetti
Dead Combo
U-Clic
etc...

não quero com isto dizer que estamos perante exemplos excepcionais (alguns são bem melhores que a média padrão da Radar) mas é um facto que a disponibilidade para reconhecermos como de qualidade o que se faz em Portugal é bem menor que qualquer vulgar banda estrangeira. Diria que se padece do mesmo preconceito do "alternativo".

Claro que este assunto tem muitas nuances e as razões que justificam o actual estado de coisas é variado e nem sempre se encontra do lado das rádios, promotores, críticos, editoras, etc. Os próprios músicos têm a sua quota parte, pelas razões que o próprio Muguele aqui apresentou. Mas quedarmo-nos apenas por estes detalhes, ainda que úteis para uma discussão alargada e com os próprios interessados, é deixar o essencial de fora, ou seja, no fundo saber se se pode ou não divulgar mais e melhor a música portuguesa. Eu sou da opinião que sim.

Anónimo disse...

the legendary tiger man:
alguém já ouviu falar de jon spencer blues explosion?

dead combo:
conhecem o trabalho de marc ribot?
pesquisem.

xutos:
sabem quem são os clash, não sabem?

acho que os únicos músicos portugueses que gostam realmente de música portuguesa são os fadistas e aí sim, temos boa música e não meros sucedâneos. portugal é o paízito de salazar e do fado e não há escapatória possível.

repito:

se a naifa ou os blasted fossem ingleses falava-se neles ainda menos... SÒ SE FALA NELES PORQUE SÂO PORTUGUESES E NÂO PELA QUALIDADE DA SUA MÙSICA.

Prometeu disse...

Pessoalmente, não vejo razão para gostar mais (ou menos) de um grupo ou músico pela simples coincidência de ter nascido no mesmo espaço geo-político que eu. Isso faz para mim tanto sentido como preferir a música que se faz em Lisboa à que se faz no Porto porque sou de Lisboa, ou privilegiar a música europeia em detrimento da restante porque sou europeu.
Se, no entanto, se mudar o foco da discussão para a música feita na minha primeira língua, o português, aí as coisas poderão eventualmente ser diferentes, porque já fará talvez mais sentido que sintamos mais afinidades com a música que recorre à nossa própria língua. E com isto não pretendo criticar quem recorre ao inglês para se expressar, mas não me parece intelectualmente muito honesto escolher a expressão inglesa e depois pedir atenção redobrada por ser português. Até porque propostas musicais em inglês já temos mais que suficientes.

strange quark disse...

Apenas um reparo ao comentário anterior: se formos por aí, chegaremos à conclusão que qualquer banda que existe, existiu ou existirá é um mero sucedâneo de qualquer coisa. O que a seguir nos deixa com a dúvida existencial de saber onde está a fonte disto tudo, se calhar nuns paus e troncos ocos do tempo da idade da pedra. Não querendo ir tão longe, e atendendo à grande unanimidade em torno de uma banda como os Beatles, podemos então, segundo algumas pessoas, encontrar a raíz de muita coisa em 90% da música actual.

Haja alguma razoabilidade nos comentários, só isso... agora, quanto a gostos, cada qual é livre de ter o seu.

strange quark disse...

Fui ultrapassado pelo Prometeu! A minha resposta refere-se ao Fónix!

Anónimo disse...

toda esta discussão é interessante e pode até servir, se a radar ler o que se passar por aqui, para mudar um pouco as coisas.
eu n oiço a radar 24 horas por dia, obviamente. enquanto oiço ja várias vezes tive de mudar pq não concordo com certas escolhas, como passar até à exaustão (agr n tanto pq lá está...estafou!) razorlight, snow patrol (por amor de deus!) entre outras escolhas.
não entendo muito bem quem me diz que portugal n tem boas bandas. não se pode tratar só de gosto pessoal, tem de haver alguma embirração escondida. na minha colecção de música tenho, claramente, mais bandas estrangeiras. mas tb não se pode comprar o tamanho do nosso país e a nossa capacidd de produzir com os outros gigantes que nos rodeiam! concordo que temos muita merda da nossa música, mas existem alguns exemplos, que são seguramente mais do que os dedos de duas mãos que nos fazem dizer que por vezes o que é nacional é mesmo bom. vou tentar enunciar só alguns de que me lembre, sendo eu apenas uma amante de música e n conhecendo tanto quanto gostaria: jp simões, sergio godinho, clã, blasted (n entendo como podem dizer que blasted n tem qualidd), x-wife, wraugunn, legendary tiger man, mesa, rodrigo leao (como é possivel n passar na radar?!?!? deve ser o génio maior da nossa música nestes tempos), linda martini, gaiteiros de lisboa, dazkarieh, terrakota, antonio variações, a naifa, hipnotica, mão morta, moonspell(apesar de n ser o meu estilo de música)(...) acho que já chega, nao tenho tempo p escrever mais.
e por favor, n me venham com a cena do não cantar em português ou com o «sim mas isso é copiado de outros gajos estrangeiros».

Anónimo disse...

com a tecnologia actual ninguém tem de esperar pela rádio ou televisão; blogues, myspace, podcasts, youtube, etc, etc...vão superar os canais tradicionais.

havemos de apanhar o combóio porque não somos menos capazes que os outros, os velhos do restelo que se adaptem.

Ps:ao departamento de marketing da RADAR, eu sei que é dinheiro...mas já paravam com os anúncios da EURIBOR!...que massacre.

Anónimo disse...

só um minusculo reparo ao fonix: a naifa em inglês????!!!!!!!!!!!!!(x80mil_!)

Anónimo disse...

"portugal é o paízito de salazar e do fado e não há escapatória possível." - provavelmente centenas de milhares de outros pequenos reparos podiam ser feitos, mas esqueceste-te do BENFICA e da Sónia Araujo.

Prometeu disse...

Curse of Millhaven, quando toco na questão de se cantar em inglês ou em português, não critico a opção estética. Cada um comunica na língua que muito bem entende, e entende a mensagem quem quer e quem pode.
Mas cantar em inglês e depois pedir privilégios e quotas de airplay tendo por único argumento o ser português é, no minímo, abusivo.
O que é que fica mais perto de conseguir definir uma identidade cultural própria? Uma linha de fronteira arbitrária ou o uso comum de uma mesma língua?

Anónimo disse...

Mas rodrigo leão toca (e muito) na radar...

strange quark disse...

Sem entrar, de facto, na controvérsia do português vs. inglês (senão este forum arrisca-se a incendiar) não creio que se pretenda dar atenção redobrada ao que se faz cá, mas simplesmente dar a atenção devida. De resto concordo inteiramente com o Prometeu. Pessoalmente entendo isso do ponto de vista artístico (deixem cada um ter o seu gosto, se faz favor), ou seja, uma banda portuguesa que consegue compor música ao nível de, pelo menos, o médio que passa na Radar (que por vezes até deixa a desejar).

Quanto ao Rodrigo Leão, não me lembro de o ouvir na Radar senão fugazmente quando da edição do seu último disco. Mas recentemente lembro-me dos "Feromona", que cantam em português e que o Pedro Ramos até passou algumas vezes.

Anónimo disse...

rodrigo leão na radar??? apenas aquando da saída do cinema, a canção com a beth gibbons. pouco mais entretanto!
sim, tb ouvi os feromona, pareceu-me bastante interessante.

Anónimo disse...

a rapaziada anda pouco atenta... eu quase todos os dias ouço o Hapiness e o (qualquer coisa) Blue com a voz da sónia dos Gift... 2 temas do Rodrigo Leão, sim...

muguele disse...

O facto de se ter de andar a "puxar pela memória" para se saber o que passou ou não, só atesta da raridade com que a música portuguesa tem passado na Radar.
Parece-me detectar aqui uma maioria de pessoas que acha que se podia passar mais e que há por aí muito por revelar.

Então, Radar?
Que tal o desafio de tornar a rádio mais portuguesa?
Parece-me que em Portugal poucas decisões se poderiam revelar mais alternativas do que esta.

Lembram-se do Pop-Off?
Quantas bandas revelou numa altura em que havia muito menos do que hoje?
Era ou não um programa "alternativo"?
A Agência Lusa é um bom ponto de partida.

Não se pede o imediato cumprimento da lei.
Somos pelo "desenvolvimento sustentado" (olha que moderno que eu estou).

Que tal?

Anónimo disse...

bela discussao que para aqui vai. com tantos comments decidi vir espreitar esta animação.
já deu para conhecer mais musica portuguesa interessante, pelo menos, das dicas que por aqui deixaram.
descobri ha uns tempos dead combo e legendary tigerman, que acho verdadeiramente bom.
vicious five tb nao é nada mau (sobretudo ao vivo, o que ja é qualquer coisa...).

frei xico

os ventos sopram e nao sao de espanha..

frei xico

Anónimo disse...

os pontos nos is.

Em primeiro lugar o objecto da rádio Radar não é divulgar música mas sim promover os espectáculos produzidos pela produtora Música no Coração. Nada de mais, a rádio é privada e, como tal, o seu director tem todo o direito de programar como entender. Até porque as rádios públicas, que nós pagamos, também não dão o exemplo nem cumprem as leis.
Se ouvirem com atenção, a música que passa na Radar aparece, mais tarde ou mais cedo num festival de verão ou noutro palco perto de vós. A rádio portuguesa mais alternativa não nos dá alternativa. Portanto, precisamos de alternativas à alternativa.

A música portuguesa não precisa de leis para a defender. A música portuguesa é, neste momento, a verdadeira alternativa; é contra o sistema, não passa na rádio nem na televisão, é ignorada pela maioria e odiada pela imensa minoria, querem mais alternativa?