Super Bock Em Stock: Um Roteiro

Inês Meneses

Sexta, 04 Dezembro:

1º ponto: eu não uso relógio, mas estou disposta a imprimir o horário do Super Bock Em Stock para andar à procura das salas, como fazia no primeiro dia de aulas do secundário... A propósito, vou andar pela avenida da Liberdade com duas amigas minhas de há 20 anos, que vêm do Norte à espera de ser surpreendidas…
Como no ano passado, o meu roteiro passará obrigatoriamente pelo melhor restaurante goês em Lisboa, perto do Martim Moniz (uma boa amostra do mundo), de onde virei reconfortada com caril de caranguejo e um bom tinto… De estômago amaciado, sei que quero ver o Samuel Úria e depois distribuir energia por Wave Machines, Legendary Tiger Man, Wild Beasts, e toda a minha dedicação aos Voxtrot.
Perdoem-me se não adjectivo as bandas, ou nem as contextualizo, mas essa prosa não é para mim que sou comandada pela emoção.
A noite pode acabar com vista sobre a cidade em qualquer um dos spots do Super Bock Em Stock. Também podia ser o Super Bock Em Spot...

Sábado, 05 Dezembro:

No dia a seguir se ainda encontrar o horário nos bolsos, e mesmo sem relógio, sairei de casa ao fim da tarde, àquela hora em que as pessoas do Bairro Alto ainda dizem "Bom dia" apesar de serem 7 da tarde… faço um desvio na rota e subo as Escadinhas do Duque para ir jantar ao Buenos Aires, o restaurante argentino com mais carisma de Lisboa, onde Carlos Gardel se sentiria em casa. Bebo um Finca Flichman e com o calor dos 14 graus da garrafa, subo a Avenida Da Liberdade.
Nesta segunda noite terei mais dificuldades em gerir o horário porque quero ver: Mazgani, Os Golpes, Patrick Watson, Piano Magic, Little Joy e Beach House. O novo disco dos Beach House é perfeito e só falta confirmar o talento deles ao vivo.
A terminar a noite, estarei na frente de batalha, no ringue sonoro de Zé Pedro e Dr. Ramos, sendo que levarei toalhas para enxaguar o suor de um deles…
E que para o ano, até em cima do Marquês se cante…